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Barcelona

Barcelona

Futbol Club Barcelona

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Barcelona

FCBarcelona.svg
Nome Futbol Club Barcelona
Alcunhas Barça
Blaugrana
Culés
Mascote “Abuelo del Barça”,um avô
Fundação 29 de novembro de 1899 (111 anos)
Estádio Camp Nou
Capacidade 113.023
Localização Barcelona,  Espanha
Presidente Espanha Sandro Rossell
Treinador Espanha Josep Guardiola
Material esportivo Estados Unidos Nike
Competição Espanha Campeonato Espanhol
Divisão La Liga
Website fcbarcelona.cat
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Uniforme
titular
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Uniforme
alternativo
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Uniforme
alternativo
Soccerball current event.svg Temporada atual
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O Futbol Club Barcelona é um clube espanhol da cidade de Barcelona, Espanha.

Os torcedores do clube são conhecidos como culers (ou culés, em espanhol). Em 2010, uma pesquisa realizada pela empresa alemã Sport+Markt concluiu que a torcida do Barcelona é a maior da Europa, contando com cerca de 57,8 milhões de pessoas [1]. O Barcelona foi o primeiro clube espanhol a ganhar na mesma temporada o triplete, composto da Liga dos Campeões, da Copa do Rei e de La Liga. [2] O Barcelona é uma das marcas mais conhecidas do planeta.[3]

O Barcelona é fortemente identificado com a região catalã, da qual se proclamou como símbolo. Suas partidas são consideradas até como evento turístico para os forasteiros e rotineiramente locais de demonstração do nacionalismo - e separatismo - catalão. O depoimento um de seus mais famosos torcedores, o tenor Josep Carreras, convidado para cantar na festa de centenário do time, em 1999, exprime bem tal ideia: "Ser torcedor do Barça vai além do puramente esportivo. É o sentimento de raízes, de valores e de uma identidade de país: a Catalunha".[3] Outras expressões icônicas locais são a faixa de capitão do time, que normalmente reproduz a bandeira da Catalunha, e o lema més que un club, adotado em 1968.[3] Apesar disso, é o clube que mais cedeu jogadores à Seleção Espanhola de Futebol.[4]

A cidade de Barcelona é um caso raro de metrópole com dois clubes de futebol não-equiparados: enquanto o Barça, como é também conhecido, soma vinte títulos na Liga Espanhola, vinte e cinco Copas do Rei, três Ligas dos Campeões e um Mundial de Clubes da FIFA, o outro time da cidade, o Espanyol, tem como títulos de expressão apenas quatro Copas do Rei. Tal desigualdade é um dos fatores que fazem os blaugranas sentirem maior rivalidade com um time de outra cidade, o Real Madrid, com quem divide a hegemonia no futebol espanhol. O sentimento é recíproco, com os blancos detestando mais ao Barcelona do que ao rival citadino, o Atlético de Madrid. A rivalidade entre Barça e Real é considerada uma das maiores do mundo.

O Barcelona, o seu arquirrival Real Madrid e o Athletic Bilbao são os únicos times espanhóis que jamais foram rebaixados à Segunda Divisão Espanhola. Por muito tempo também, o clube orgulhou-se de ser talvez o único time gigante no mundo a não utilizar logomarcas de patrocinadores em suas camisas de futebol; apenas em 2006 um logo passou a ser colocado na parte abdominal das blusas, e ainda assim demonstrando boas causas: o clube paga, ao invés de receber, para estampar o emblema da Unicef. A partir da temporada 2011/12, pelas dificuldades financeiras,[5] a tradição vai dar lugar ao maior contrato de patrocínio da história do futebol, em que o Barça receberá 30 milhões de euros anualmente por cinco anos para exibir, juntamente com a da Unicef, a marca da Qatar Foundation.[6]

Índice

[esconder]

[editar] História

Time do Barcelona em 1903.

[editar] Primeiros anos (1899-1908)

Em 22 de outubro de 1899, um ex-futebolista suíço, Hans Gamper, colocou um anúncio no jornal Los Deportes declarando seu desejo de formar um clube de futebol em Barcelona. Uma resposta positiva resultou em uma reunião no Gimnasio Solé, em 29 de novembro. Onze jogadores participaram: Walter Wild, Lluís d'Osso, Bartomeu Terradas, Otto Kunzle, Otto Maier, Enric Ducal, Pere Cabot, Carles Pujol, Josep Llobet, John Parsons e William Parsons.

Como resultado, o Foot-Ball Club Barcelona nasceu de forma cosmopolita, que paradoxalmente lhe caracterizaria juntamente com o espírito catalão, que o clube só exaltaria mais tarde.[3] O nome em inglês, língua da terra de criação do futebol, a Inglaterra, era comum na época. As cores também seriam influência externa: diz a lenda que Gamper teria inspirado-se nas do Basel, equipe da qual fora capitão, para escolher as do novo clube.[3] Seriam, portanto, vermelho e azul. O vermelho acabaria substituído pelo grená, por ser esta a cor que o desenhista do escudo possuía a disposição.

O anúncio em que Hans "Joan" Gamper (grafado "Kans Kamper") expressava seu desejo em montar um time de futebol.

Em 1902, o clube ganhou seu primeiro troféu, a Copa Macaya, e também disputou sua primeira final de Copa do Rei, perdendo de 2 a 1 para o Bizcaya.[7]

[editar] Com Gamper (1908-1925)

Em 1908, Gamper se tornou presidente do clube pela primeira vez. Acabaria ficando mais conhecido pela versão catalã de seu nome: Joan Gamper. Ele assumiu a presidência com a equipe à beira da falência, não tendo ganhado nada desde o Campeonato da Catalunha de 1905. Gamper venceu eleições para presidente do clube em mais cinco ocasiões, entre 1908 e 1925, e passou 25 anos ao leme. Uma de suas principais conquistas foi a ajuda para adquirir o seu próprio estádio.

Em 14 de março de 1909, após dez anos da fundação, a equipe se mudou para o Carrer Indústria, um estádio com uma capacidade de 8000 lugares. Gamper utilizou-se desta manobra para conseguir mais adeptos para o clube, que logo tornaram-se mais numerosos do que o primeiro rival, o hoje extinto Català.[3] A arquitetura do estádio renderia um dos apelidos do time, culé, que derivaria da expressão cul, palavrão catalão para designar o ânus: a razão disso era o fato de que quem passava pelo estádio em dia de jogo só conseguia ver as nádegas dos torcedores sentados em muros das arquibancadas.[3] No ano seguinte, faturou sua primeira Copa do Rei.

Gamper também recrutou Jack Greenwell como gestor. Este viu o clube começar a melhorar em campo:[8] na década de 1910, destacou-se pelo fortalecimento da rivalidade com o então Real Español, equipe criada com o mote que mais tarde seria abraçado pelo Barça: a identificação com jogadores e a região local, fazendo contraponto ao estrangeirismo dos blaugranas; e pelos gols de Paulino Alcántara, jogador vindo da colônia espanhola das Filipinas e maior artilheiro da história do clube, tendo anotado a assombrosa marca de 357 gols em 357 jogos.[3]

Barcelona e Español dividiam as conquistas do Campeonato Catalão, derivado da Copa Macaya, com os culés ganhando cinco no período, em 1913, 1916, 1919, 1920 e 1921, contra três do rival (1912, 1915 e 1918). Paralelamente, o Barça ganhou também outras três Copas do Rei, em 1912, 1913 e 1920. As conquistas faziam o clube conseguir cada vez mais torcedores; o progressivo aumento fez com que o Barcelona arranjasse outro estádio, mudando-se para Las Corts, que foi inaugurado em 1922. Este estádio tinha uma capacidade inicial de 22.000, mais tarde ampliado para 30.000.

Ricard Zamora, goleiro entre 1919 e 1922.

[editar] República e Guerra Civil (1925-1939)

Em 14 de Junho de 1925, um fato político teria pela primeira vez importância no clube:[9] em uma reacção contra a ditadura de Primo de Rivera, a torcida vaiou o hino da Espanha. Como represália, o clube foi fechado por seis meses, enquanto Gamper forçado a renunciar à presidência.[3]

A década de 1920 seguiu com o time acentuando seu domínio no futebol local, levantando oito das dez edições do campeonato catalão e outras quatro Copas do Rei. Os maiores ídolos eram o goleiro Ricard Zamora e Josep Samitier. A equipe conquistou também o primeiro Campeonato Espanhol realizado, o da temporada 1928/29. O troféu foi celebrado com um poema intitulado "Oda um Platko", que foi escrito pelo membro importante daquela geração, Rafael Alberti, inspirado pelo heróico desempenho do Barça.

Prenúncios de dificuldades na década de 1930 vieram com o suicídio de Gamper, devido a um período de problemas financeiros e pessoais,[10] talvez provocados pela crise de 1929.

Espaço destinado a Josep Samitier no museu do clube.

Embora eles continuaram a ter jogadores da posição de Josep Escola, o clube entrou num período de declínio, em que o conflito político ensombrou o desporto na sociedade. O Barça enfrentou uma crise em três frentes: financeira, social (com o número de membros cair constantemente), e desportivo, apesar da equipa ter ganho o Campionat da Catalunya em 1930, 1931, 1932, 1934, 1936 e 1938, e as Copas do Rei em 1933, 1934 e 1939. Os anos 1930 viram também os dois primeiros brasileiros a jogar no Barça, ambos vindos do Vasco da Gama e que não deram certo devido ao preconceito por serem negros: Fausto dos Santos e Jaguaré,[3] que ficaram apenas na temporada 1931/32.

Nas primeiras semanas da Guerra Civil Espanhola, em 1936, o presidente do Barça, Josep Sunyol, que era de esquerda, acabou assassinado pelos nacionalistas, ligados ao direitista General Franco. Apesar de sua morte não ter relação com o Barcelona - ele acidentalmente vinha passeando do lado errado da fronteira, gritando "viva a república" sem ter noção da presença próxima das forças nacionalistas [4]-, ela acabaria depois mitificada como marco inicial da perseguição que o time sofreria da ditadura franquista, até porque as instalações e escritórios do clube não escapariam da ocupação fascista na cidade.

Manifestação pró-Catalunha, algo corriqueiro nos jogos do Barcelona.

[editar] O início de um ícone catalão

Após a Guerra Civil Espanhola, o vitorioso General Franco proibiu oficialmente manifestações culturais que não as castelhanas no país, vedação que se extendia ao uso da língua catalã. Estas medidas fizeram com que houvesse alterações no Barcelona: do nome, para Club de Fútbol Barcelona; e no símbolo, em que quatro faixas vermelhas na parte superior direta, alusivas à bandeira da Catalunha, foram diminuídas para duas, para representar a bandeira da Espanha.[3] Por consequência, o Campeonato Catalão, após a edição de 1940, foi extinto, com o Barcelona terminando como seu maior vencedor, som 22 títulos, o dobro do rival Español. Durante a era franquista, um dos poucos lugares em que se podia falar catalão foi o estádio do Barça.[11] Daí viria a associação cada vez maior do orgulho catalão com o Barcelona, ao passo que o rival Español passaria a ser identificado como um aliado do regime de Franco.[12]

Apesar da difícil situação política, o Barcelona usufruiu de êxito considerável entre o fim da guerra civil e 1953, justamente o período mais opressor da ditadura franquista;[4] uma possível razão foi a rápida reestruturação do clube foi o fato de justamente nese período o presidente blaugrana ser indicado pelo governo espanhol.[12] A equipe ganhou cinco títulos espanhóis, tornando-se momentaneamente a maior vencedora da competição, e três Copas do Generalíssimo, como ficou renomeada a Copa do Rei. Samitier era o treinador e a equipe reunia ainda Joan Velasco, Antoni Ramallets e César. Em 1949, também ganhou a primeira Copa Latina. [13] Na época, a hegemonia no futebol espanhol era disputada com Valencia e Atlético de Madrid.[12]

Desde 1950, o Barcelona já contava com o húngaro László Kubala. Kubala quase assinou pelo Real Madrid, mas o momento decisivo para mudar as suas ideias foi quando casou com a filha de Ferdinand Daučík, que esteve em contato com Josep Samitier. Em seguida, devido a esta relação, Kubala escolheu finalmente jogar em Barcelona - e seria votado, em 1999, como o maior jogador dos cem primeiros anos do clube.[14] Em 1952, além da Liga Espanhola, outros quatro diferentes troféus em 1952: a Copa del Generalísimo, a Copa Latina, a Copa Eva Duarte e da Copa Martini Rossi. A conquista dupla da Liga e da Copa novamente viria na temporada seguinte.

Anteriormente, em um domingo chuvoso de 1951,[15] a multidão deixou a pé o estádio Les Corts, após uma vitória contra o Santander por 2-1, recusando-se a apanhar os eléctricos e surpreendeu qualquer autoridade franquista. A razão era simples: ao mesmo tempo, uma greve teve lugar em Barcelona, que recebeu o apoio dos adeptos blaugranas. Acontecimentos como este fizeram Barcelona representarem muito mais do que apenas a Catalunha e muitos progressistas espanhóis viram o clube como um acérrimo defensor dos direitos e liberdades.[16]

Em 1953, o clube contratou o argentino Alfredo di Stéfano, após uma exibição primorosa do jogador pelo Millonarios, time colombiano que, em excursão na Espanha, derrotara o Real Madrid por 4 x 2 em pleno Santiago Bernabéu.[12] Mas a equipe da capital entrou na disputa: enquanto os blaugranas negociaram com o detentor legal do passe do argentino (o River Plate, uma vez que os times colombianos estavam banidos pela FIFA por jogarem em uma liga pirata), o Real negociou diretamente com o Millonarios. Di Stéfano já havia jogado três amistosos pelo Barcelona quando veio a solução dada pelo Ministério dos Esportes: o jogador faria temporadas alternadas por cada clube, começando pelo Real.[17] O Barcelona não aceitou e deixou que Di Stéfano jogasse apenas pelo time merengue, que vivia em decadência - o rival Atlético de Madrid estava em melhor momento, possuía mais troféus e era quem inicialmente havia ligado-se aos militares.[3]

O troco do Real Madrid três anos após perder Kubala para o Barça vinha justamente no ano em que se completavam dez da partida em que o Barcelona fora derrotado por 11 x 1 para esta equipe. Tal jogo era válido pela partida de volta da semifinal da Copa do Generalíssimo; na ida, em Barcelona, os madrilenhos perderam por 3 x 0 e o resultado surpreendente, a maior goleada dos jogos entre os dois times, seria fruto da intimidação local: o trio de arbitragem foi escalado para favorecer o Real, e policiais invadiram o vestiário do Barcelona ameaçando os jogadores caso saíssem da partida com a classificação. O primeiro grande choque entre as duas equipes seria tão escandaloso que até o Real reconheceria tal fato desta forma.[3] A rivalidade, entretanto, só seria incendiada após a "traição" de Di Stéfano.[18]

[editar] Últimos anos de hegemonia nacional

O efeito Di Stéfano logo seria notado: vinte um anos após seu último troféu na Liga Espanhola, o segundo, o Real reconquistou o troféu e seria bi na edição seguinte. O Barcelona entraria em incômodo jejum de títulos no principal torneio do país, só reconquistado em 1959, quando já contava, além do brasileiro Evaristo e do astro da Seleção Espanhola Luisito Suárez, com outras estrelas húngaras: os vice-campeões mundiais em 1954 Zoltán Czibor e Sándor Kocsis. O treinador era o mítico Helenio Herrera. O time já mandava seus jogos no Camp Nou ("novo campo", em catalão) desde 1957, com Evaristo tendo estufados as redes na inauguração.[3]

Apesar do bicampeonato em 1960, o estrago já estava feito: o Real, que tinha vencido mais outras duas vezes o Espanhol naquele interím, conquistava a Europa ao faturar seguidamente as cinco primeiras edições da Copa dos Campeões da Europa, a atual Liga dos Campeões da UEFA, de 1956 a 1960. O gosto era mais amargo por ser Di Stéfano o grande maestro dos blancos, utilizados politicamente em favor de Franco - cuja ditadura fascista causava antipatia na Europa pós-guerra [12]-, o que só fazia aumentar as rixas.

Em 1958, o Barcelona também seria campeão continental, mas de um torneio menor, a Taça das Cidades com Feiras - precursora da atual Liga Europa da UEFA. A temporada 1959/60 veria o time participando pela primeira vez da Copa dos Campeões, como campeão espanhol. O Real Madrid seguia participando do torneio por ser sempre o campeão das edições anteriores, e os dois encontraram-se nas semifinais. O Real passou à decisão com dois 3 x 1, cada um com dois gols de Di Stéfano, dentro e fora de casa.

A revanche veio na temporada seguinte da Copa, nas oitavas-de-final: em novo encontro, desta vez foi a vez do Barça classificar-se. O time conseguiu chegar à final, sob a condição de favorito contra os portugueses do Benfica, que ainda sem Eusébio, ainda não detinham de prestígio internacional. Era a grande chance do Barcelona ameaçar uma reação às conquistas do Real, justamente no torneio até então só vencido por ele.

Pois foram os encarnados quem levantariam a Taça, em uma decisão conhecida como la final de los postes, em referência a quatro vezes que os ataques barcelonistas resultaram em bolas na trave no segundo tempo, quando a partida já estava 3 x 1 (terminaria em 3 x 2), de virada, para o Benfica. O cenário era o mesmo Wankdorfstadion em Berna, estádio em que Czibor e Kocsis - autores dos dois gols - sofreram outra surpreendente derrota, a da final da Copa de 1954. Kocsis declararia que "Agora entendo o que ocorreu em 1954. Neste gramado pesa uma maldição contra todo húngaro que o pise" - apesar do técnico adversário, Béla Guttmann, ser seu compatriota. Czibor, por sua vez, diria que "Normalmente, um jogo assim acabaria 10x0".[19]

O consolo de clube mais vencedor da Liga Espanhola não demoraria a acabar: o clube ficaria em jejum por quatorze anos e veria o rival Real superá-lo em conquistas no torneio em 1963, quando ganhou pela nona vez. Com a falta de títulos no Campeonato Espanhol, o clube teve de contentar-se com novos troféus na já denominada Copa das Feiras, em 1966 e 1971; e na Copa do Generalíssimo, em 1963 e 1968 - neste ano, com sabor especial: foi com um 1 x 0 na final contra o Real Madrid em pleno Estádio Santiago Bernabéu com Franco na plateia. Uma das razões era justamente a falta de dinheiro do clube, que havia gasto demais nas obras do Camp Nou - e ainda vira o ídolo Evaristo mudar-se para o Real, naquela década.

A ditadura franquista vinha enfraquecendo com o envelhecimento do General, que faleceria em 1975. Desde o ano anterior, o clube já havia adotado um nome em catalão, Futbol Club Barcelona,[20] que se mantém até hoje.

[editar] Cruijff chega, mas não resolve a escassez

A temporada 1973/74 assistiu à chegada de uma lenda, Johan Cruijff. O jogador já era continentalmente consagrado por ter sido tricampeão seguido com o Ajax da Copa dos Campeões, o torneio que faltava ao Barça, e inauguraria a excelente relação do clube com futebolistas neerlandeses. Sua vinda causou escândalo: era a negociação mais cara do futebol mundial até então,[21] cinco milhões de florins, preço tão alto que o governo espanhol não aprovou a transferência. Cruijff Só conseguiu ser levado porque foi registrado oficialmente como uma peça de máquina de agricultura [22]

O impacto foi imediato: o craque, em sua primeira temporada, levou o Barça a reconquistar a Liga Espanhola, liderando uma equipe qua contava com os talentos locais Juan Manuel Asensi, Carles Rexach e Hugo Sotil, quebrando o jejum com direito a golear o Real por 5 x 0 no Bernabéu. Receberia sua terceira Bola de Ouro da France Football pelo feito. Durante a temporada, nasceria seu filho, e Cruijff aumentou ainda mais a idolatria em torno dele ao batizá-lo com o nome catalão do padroeiro da Catalunha, São Jorge: assim foi nomeado Jordi Cruijff.

Após uma primeira temporada de sonhos, as outras acabariam sendo estressantes para Cruijff, mesmo com a companhia do amigo Johan Neeskens a partir da temporada 1974/75. Ele chegaria a ter uma perna quebrada [21] e deixaria o clube, aposentando-se momentaneamente, após a Copa do Rei em 1978, justamente o segundo troféu que conseguira conquistar com o Barça. A consquista credenciou o Barcelona a disputar pela primeira vez a Recopa Europeia, então o segundo torneio europeu em relevância, sendo campeão. O troféu marcou a despedida do ídolo Neeskens. Outro destaque a sair, um ano depois, foi o artilheiro austríaco Hans Krankl.

[editar] A escassez continua nos anos 1980

Josep Lluís Núñez foi eleito presidente do Barcelona em 1978. Seus principais objetivos foram estabelecer o clube como uma marca mundial e dar a estabilidade financeira.[3] Em 1982, o clube ganhou outra Recopa e acertaria a contratação, pouco antes da Copa do Mundo daquele ano, de outro craque mundial: Diego Maradona.[23] Na temporada seguinte, sob treinador de seu compatriota César Luis Menotti, Maradona levaria o Barça a uma inesquecível final de Copa do Rei, batendo o Real Madrid.