Informações pessoais | ||
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Nome completo | Ricardo Izecson dos Santos Leite | |
Data de nasc. | 22 de abril de 1982 (28 anos) | |
Local de nasc. | Gama, DF, Brasil | |
Altura | 1,86 m[1] | |
Peso | 82 kg[1] | |
Pé | Destro | |
Apelido | Kaká, O Príncipe, Il Bambino d'oro | |
Informações profissionais | ||
Clube atual | Real Madrid | |
Número | 8 | |
Posição | Meia | |
Clubes de juventude | ||
1994–2000 | São Paulo | |
Clubes profissionais1 | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
2001–2003 2003–2009 2009– |
São Paulo Milan Real Madrid |
193 (70) 31 (10) |
59 (23)
Seleção nacional3 | ||
2002– | Brasil | 82 (27) |
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Ricardo Izecson dos Santos Leite (Gama, 22 de abril de 1982, Distrito Federal), mais conhecido como Kaká, é um futebolista brasileiro que atua como meia. Atualmente, joga pelo Real Madrid.
Foi o ganhador dos prêmios Bola de Ouro e melhor jogador do mundo pela FIFA do ano de 2007, e foi nomeado em 2008 como um das 100 personalidades mais importantes.[2][3] Kaká também é convocado habitualmente à Seleção Brasileira.
Além de suas contribuições no campo, Kaká é conhecido por seu trabalho humanitário. Em 2004, ele se tornou o mais novo embaixador da Organização das Nações Unidas para o Programa Alimentar Mundial. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.[4]
Índice[esconder] |
Nascido em Gama (DF), e criado em São Paulo (SP), Kaká teve uma infância privilegiada pela boa condição de seus pais, mas isso não impediu que passasse por um momento difícil: aos dezoito anos, enquanto se divertia em uma piscina, sofreu uma fratura na espinha dorsal, lesão que quase o deixou paralisado, o que impediria a sua carreira no futebol.[5] Em outubro de 2000, estava disputando um Campeonato de Juniores e ao termino desta, foi visitar seus avós paternos em Caldas Novas, e em uma brincadeira com algumas crianças ao descer num escorregador de piscina, em um toboágua, caiu e bateu a cabeça no fundo da piscina e torceu seu pescoço. Oque causou a fratura de uma vértebra. Médicos diziam que ele tinverá muita sorte por ainda poder andar normalmente, enquanto sua família falava em milagre de Deus.
Kaká estreou como profissional em 1º de fevereiro de 2001, contra o Botafogo, na final do Torneio Rio-São Paulo de 2001, jogo empatado por 1-1. Ainda conhecido como Cacá, entrou no decorrer do jogo. No dia 07 de março pelo mesmo torneio e contra o mesmo time entrou no jogo e fez dois gols em dois minutos, aos 34 e 36 do segundo tempo, fato que deu a vitória de virada sobre o clube carioca. O São Paulo foi o campeão do torneio, conquistando um dos últimos títulos oficiais que ainda não havia conquistado. Logo, seu apelido fica com a letra K no lugar do C [6] e torna-se novo ídolo da torcida tricolor, surgindo comparações a Raí, que jogava na mesma posição do meio de campo e que, como o novo talento, desfrutava de grande carisma e assédio do público feminino em especial, pela imagem de galã e de bom moço.[7]
Em dez meses, tão querido quanto Rogério Ceni e França,[8] Kaká cumpre sete dos dez objetivos que havia traçado no final do ano anterior para a sua carreira: desde voltar a jogar futebol, após um acidente que quase o deixou paraplégico, a manter-se entre os titulares do São Paulo após jogar o Mundial Sub-20 pela Seleção Brasileira.[8] Apesar de alternar atuações boas e outras discretas, é um dos líderes do São Paulo no Campeonato Brasileiro de 2001, do qual deixa sobre uma maca, após violenta falta cometida nele por Cocito, na eliminação frente ao futuro campeão Atlético Paranaense.[6]
Foi chamado para a Seleção Brasileira principal (seu oitavo objetivo; jogar por ela era o nono) no ano seguinte, e convocado para a Copa do Mundo de 2002, onde fez parte do time misto que jogou já classificado contra a Costa Rica, na primeira fase.[6] Foi à Ásia como azarão[9] - o favorito para a vaga era o experiente Djalminha, preterido pelo técnico Luiz Felipe Scolari após desferir cabeçada em seu treinador no Deportivo La Coruña, Javier Irureta.[10]
Antes de Copa, embora ainda magro, sem tanta velocidade nem noção de posicionamento e até dificuldade para escapar de marcação individual, é elogiado por Carlos Alberto Parreira como "um daqueles jogadores que aparecem a cada vinte, trinta anos, como Zico".[11] A experiência na Copa e ter saído dela como campeão, embora jogado apenas cerca de vinte minutos, fez bem ao novato:[12] foi um dos líderes da boa campanha sãopaulina no Brasileirão que se seguiu, em que o São Paulo terminou a primeira fase do campeonato disparado na liderança, com ele mais maduro e se responsabilizando para armar as jogadas do time.[13]
Seu desempenho no torneio, onde marcou nove vezes e distribuiu várias assistências para Reinaldo e Luís Fabiano,[14] lhe renderia a Bola de Ouro da Placar. Entretanto, nas oitavas-de-final, faz duas partidas ruins contra o rival Santos, que, vindo da oitava colocação, vence os dois clássicos, elimina o Tricolor e segue rumo ao título.
A eliminação precoce lhe renderia os primeiros atritos com a torcida..[6] A pecha de "amarelão" aumenta com outro título perdido a seguir, o Paulistão de 2003, em que ele, com um estiramento na coxa, não joga a final contra o Corinthians. Mesmo sem jogar, é apontado como culpado pelos torcedores pelos resultados ruins da equipe,[15] bem como na eliminação na Copa do Brasil, pelo Goiás.[6] Kaká chegou a disputar o Campeonato Brasileiro de 2003, quando finalmente recebe convite para transferir-se para um grande clube europeu da Itália ou Espanha, a última meta que ele havia traçado dois anos antes.[8]
Em 2003, embora houvesse uma proposta de €12 milhões do Chelsea, Kaká preferiu o ambiente recém-campeão europeu e de ambiente brasileiro do Milan (que contava com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho, Rivaldo e o cartola Leonardo, um dos responsáveis pela sua contratação e seu ex-colega de São Paulo, em 2001),[16] numa transação inicialmente programada apenas para o verão seguinte,[17] e apressada justamente pelo interesse do clube inglês.
O acerto da transferência de Kaká para o clube de Milão foi fechado por €8,5 milhões. Devido ao que vinha tendo no São Paulo, este valor foi considerado muito baixo pelos torcedores do tricolor e jornalistas esportivos, além de ter sido ridicularizado pelo presidente do Milan, Silvio Berlusconi, que, com seu característico bom-humor, batizou a contratação de Kaká como "preço de banana".[17]
Chegou para ser reserva, mas, surpreendendo a todos, desbancou o português Rui Costa (e também a Rivaldo) ainda no primeiro turno e transformou-se no principal astro da equipe, ao lado de Andriy Shevchenko.[18] Em dois meses sua camisa já estava entre as mais vendidas do clube,[17] tornando-se ídolo logo no início do campeonato, ao dar passe de 30 metros para Shevchenko marcar o gol da vitória contra o Ancona, logo em sua estreia pela Serie A[19] e, na quinta rodada,[11] ao marcar um dos gols da vitória por 3 x 1 sobre a rival Internazionale, em partida em que peitou o argentino e carniceiro adversário Kily González. "Eu precisava me impor naquele momento. Não por maldade, mas para mostrar que estava ali de fato, que vim para ficar, que não era só um garoto", declarou.[17]
Eleito o melhor da partida em diversos jornais, tornou-se o primeiro jogador latinoamericano a fazer parte de campanha mundial da Adidas, da qual também entrou no grupo dos cinco atletas mais importantes, desbancando Oliver Kahn.[17] Foi eleito pelo Guerin Sportivo também o melhor jogador da campanha que levou o Milan novamente ao título italiano depois de cinco anos, marcando dez gols em seus trinta jogos no campeonato. Na Itália, foi tornando-se um jogador completo: aprendeu a marcar, desmarcar-se e adquiriu impressionante velocidade - conseguindo inclusive terminar ainda em acelaração piques de 100 metros nos treinamentos -, além de aflorar seu lado goleador.[11]
As decepções ficaram na Liga dos Campeões: defendendo o título, o Milan venceu a partida de ida contra o La Coruña, no San Siro, por 4 x 1, com Kaká marcando duas vezes. Na partida de volta, na Espanha, os galegos conseguiram espantosamente reverter o resultado e vencer por 4 x 0, eliminando os rossoneri nas quartas-de-final; e quanto ao sonho de participar das Olimpíadas de 2004, mas a Seleção foi eliminada ainda no torneio pré-olímpico, do qual ele não foi liberado pelo Milan para participar.[20]
Na temporada seguinte, a de 2004/05, com Kaká já intocável, mas sendo melhor conhecido entre os adversários da Serie A, o time não teve o mesmo desempenho. Em determinado momento do campeonato, com o título cada vez mais próximo da Juventus, o Milan abriu mão da competição, escalando reservas para priorizar a Liga dos Campeões.[21] A equipe chegou à final, eliminando no caminho a rival Internazionale. Na decisão, favorita, abriu 3 x 0 no primeiro tempo sobre o oponente, os ingleses do Liverpool. Na segunda etapa, novo revés espantoso, com o clube britânico empatando em seis minutos o placar, no que ficou conhecido como Milagre de Istambul, cidade onde foi realizada a partida. O título foi decido nos pênaltis e, abalados, os milanistas perderam, com Kaká sendo um dos dois únicos do Milan que acertaram as cobranças, junto com o colega dinamarquês Jon Dahl Tomasson. A nova decepção é compensada com o título na Copa das Confederações de 2005 sobre a rival Argentina, em que Kaká fez o segundo gol na vitória por 4 x 1.
A estratégia do Milan repete-se na temporada seguinte, com o time ficando em segundo no italiano, atrás da campeã Juventus, para tentar novo título europeu. Na Liga dos Campeões, entretanto, a equipe é parada nas semifinais pelo Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, com quem foi à Copa do Mundo de 2006 como dois dos componentes do "quadrado mágico", composto também por Ronaldo e Adriano. Kaká inicia a Copa como protagonista da Seleção, marcando o gol da vitória apertada de 1 x 0 sobre a Croácia na estreia.
Entretanto, passou a ter desempenho aquém do primeiro jogo e afundou com o resto do time na eliminação frente à França,[6] em partida em que foi um dos piores em campo.[22] Atribuiu a má atuação a fortes dores no joelho, que fizeram-lhe jogar no sacrifício.[23]
Ainda assim, é bastante assediado pelo Real Madrid após a Copa,[24] tornando-se a estrela máxima do Milan com a saída de Shevchenko,[25] seu melhor amigo no elenco.[26] Na seleção, é a primeira estrela do fiasco na Copa a ser chamada pelo novo técnico, Dunga, que adota como medida pô-las inicialmente na reserva.[6]
Logo conquistou a confiança deste, não criando polêmicas e marcando inclusive belíssimo gol de arrancada em sua reestreia, em amistoso contra a Argentina vencido por 3 x 0.[6] A temporada segue com Kaká demonstrando sua melhor fase desde a de sua chegada na Europa, culminando finalmente em título na Liga dos Campeões, vencido em revanche contra o Liverpool. Se não marcou na decisão, foi dele a assistência precisa para o segundo gol de Filippo Inzaghi na decisão.[11] Foi ainda o artilheiro do torneio, marcando dez gols, quatro cruciais: o da vitória sobre o retrancado Celtic, nas oitavas-de-final, em que driblou três adversários na corrida e tocou por baixo do goleiro Artur Boruc, fazendo o único gol de uma partida que se arrastava para uma disputa por pênaltis;[11] e três na vitória agregada de 5 x 3 nas semifinais, contra o Manchester United (os dois na derrota por 2 x 3, no jogo de ida, um deles fazendo trombar os adversários Wes Brown e Gabriel Heinze;[11] e um na vitória por 3 x 0 na volta, onde comandou a vitória milanista, chegando a deixar o marcador Nemanja Vidić sentado[11]), vista como muitos como um duelo particular entre os dois maiores candidatos a melhor do mundo: ele e o português Cristiano Ronaldo.[11]
O desempenho decisivo lhe rendeu ao final de 2007, quando já tinha seu irmão Digão alçado ao time principal,[27] os prêmios de melhor do mundo pela FIFA e do Ballon d'Or da France Football. Já vinha sendo considerado por imprensa e torcida o vencedor dos prêmios por antecipação;[11] em jogo contra o Equador pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, comandou a goleada de 5 x 0 no Maracanã e ouviu os gritos de "melhor do mundo!" da plateia carioca, em incomum ovação a um jogador "paulista".[11] Foi substituído aos 42 minutos da segunda etapa apenas para poder receber toda a atenção a aplausos do público,[11] fazendo até o técnico Dunga curvar-se - o treinador não escondera seu descontentamento quando Kaká pedira diespensa da Copa América de 2007, mesmo com o jogador explicando com documentos o seu esgotamento físico, na época.[11]
2007-2008 viu Kaká formar no Milan um trio brasileiro denominado Ka-Pa-Ro (uma referência ao trio sueco Gre-No-Li, que fizera sucesso no clube nos anos 1950), com os reforços de Alexandre Pato e Ronaldo, mas o time não se deu bem no italiano, não se classificando para a Liga dos Campeões de 2008-09. Na edição de 2007/08 do torneio, o detentor do título foi eliminado logo nas oitavas-de-final pelo Arsenal. A nova temporada iniciou-se com Ronaldinho Gaúcho substituindo o xará Fenômeno (que deixara lesionado o time, no início de 2008) na sigla do trio e com o clube tendo de contentar-se em disputar a Copa da UEFA, com o consolo de jamais ter conquistado o troféu. Nesta competição, todavia, os rossoneri foram eliminados no início do mata-mata.
Em meio à temporada, Kaká balançou com tentadora proposta de €105 milhões do Manchester City, novo-rico clube da Inglaterra.[28] Embora pressionado pelos próprios dirigentes do Milan e por parte da família,[29] recusou o que seria a mais cara transferência do futebol mundial e permaneceu no Milan, ajudando-o a voltar a classificar-se para a Liga dos Campeões do ano seguinte: na última rodada, em confronto direto contra a Fiorentina, fora de casa, Kaká marcou o primeiro o gol e deu a assistência ao outro na vitória por 2 x 0.[30]
Especulações na imprensa que davam como certa sua transferência para o Real Madrid vieram na semana que se seguiu, o que foi confirmado no dia 8 de junho de 2009, em valores estimados em €65 milhões por um contrato de seis anos com o clube madrilenho.[31][32]
Sua chegada ao Real Madrid, pouco tempo após a eleição de Florentino Pérez à presidência do clube, marcou uma volta à era galáctica (em que Pérez era o presidente) dos merengues, sensação intensificada com a contratação, dois dias depois, de seu sucessor nos prêmios de melhor do mundo, o português Cristiano Ronaldo.
A primeira temporada, no entanto, acabaria frustrante para as expectativas merengues: apesar dos reforços caros (que incluíam também Raúl Albiol, Xabi Alonso e Karim Benzema), o Real não conseguiu nenhum título. No campeonato espanhol, perseguiu o arquirrival Barcelona até a última rodada, com o título ficando com os catalães, cujas vitórias nos dois clássicos mostraram-se decisivas. Na Copa do Rei, os blancos caíram frente a uma equipe da terceira divisão. Na Liga dos Campeões da UEFA, torneio prioritário, inclusive pelo fato de a decisão estar programada para o